sexta-feira, 29 de abril de 2011

~Momento filosófico.

Chovia forte. A água da chuva escorria pela janela. Vista de dentro pelos vidros, era bonita. A lareira iluminava lindamente a sala inteira, os móveis fazendo sombra no carpete, a chuva fazendo um som ambiente agradável. Era um local muito aconchegante. Ela estava sentada na poltrona em frente à lareira quente, as pernas cruzadas, os olhos fechados, suspirando e se sentindo muito bem por estar ali dentro.
O problema é que Ele estava do lado de fora.

~Oi vó.

Ele tinha uma cor amarelada, olhos negros e esbugalhados. Seu bico, tão pequeno, ainda estava por crescer.
Lá dentro era escuro, úmido e vazio. Não tinha companhia alguma, ninguém para conversar, discutir ou contar piadas. Contava os dias para tudo isso acabar.

sábado, 16 de abril de 2011

~Beba também.

Ela não bebia. Mas né. As pessoas mudam a todo instante. Começou a gostar de beber por influência dos colegas de trabalho, dos amigos, da família. Todos a incentivavam, dizendo que faz bem beber. Mas tem que beber bastante, porque resolve muitos problemas futuros. Problemas presentes também. Então ela percebeu que sua irmã mais nova, Nathalia, bebia bastante também. Até seu cachorro bebia. Até que ela resolveu beber também. E desde então não parou mais.
Ela não dispensa uma boa e refrescante água.

~Nozes.

Cinco esquilos saltitavam num bosque, até avistarem algumas nozes. Ao se aproximarem, perceberam que haviam apenas três nozes ali. Olharam pelos arredores e não encontraram nenhuma outra. Todos os esquilos se entreolharam e quando menos perceberam, estavam todos agarrados às nozes com os dentes a mostra. Exceto o esquilo mais velho do grupo, o sábio, que observava a cena seriamente.
Os mais novos se petrificaram ao ver o sábio os encarando de longe. Olharam uns para os outros novamente, analisando o ponto em que chegaram. Brigando sem necessidade. Soltaram as nozes no chão e sentaram-se formando um círculo, com o alimento no centro. O esquilo mais velho propôs que todos fechassem os olhos e pedisse ajuda ao venerado Mignus, o supremo dos esquilos, que habitava as nuvens, para descobrir como resolver a situação. Os jovens fecharam os olhos, baixaram suas cabeças e aguardaram o sinal do supremo.
Assim que abriram suas pálpebras, perceberam que o esquilo mais velho não estava mais entre eles e que as nozes haviam sumido. Então já era muito tarde para alcançarem o sábio, que já estava ao longe.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

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